Esse projeto surgiu da demanda dos produtores de abacaxi do município de Marataízes, onde a produção do abacaxi é a principal atividade agrícola. A região sofre com a perda de produtividade da fruta, principalmente da variedade Jupi, tradicional na região, devido ao ataque de uma doença causada por fungo que é a mais importante para a cultura, a Fusariose. O problema é agravado com o uso de mudas provenientes de cultivo infestado sem qualquer técnica para detectar e eliminar materiais com sintomas da doença. As mudas que normalmente usam nos novos plantios são as do tipo filhote provenientes de plantios comerciais, ou de outra variedade de fora do estado, e que não garantem a sanidade do material de propagação. Para isso, existe uma técnica de produção de mudas, chamada “seccionamento de caule”, que permite visualizar quaisquer sinais da presença da doença, levando a eliminação fácil daqueles materiais que apresentarem tais sinais. A técnica consiste em escolher plantas matrizes sadias, mesmo dentro de plantios com a presença da fusariose, retirar todas as folhas, deixando apenas o caule, que será cortado ao meio no sentido longitudinal, gerando duas secções. É nesse momento que é verificado visualmente se há sintoma da fusariose, eliminando-se os que apresentam e utilizando-se os que não apresentam. Após essa etapa, todo material cortado é desinfectado em solução contendo fungicida mais um inseticida e são dispostos em canteiros de areia até que saiam as brotações novas e atinjam cerca de 2 cm para serem passadas para sacolas plásticas com substrato. Nas sacolas ficam até atingirem 25 cm de altura, onde são passadas para o campo, até que completem um ciclo completo até a produção de frutos. O objetivo principal desse projeto é repassar a 10 produtores uma quantidade de mudas tipo filhote, provenientes desse plantio novo, por essa metodologia de seccionamento do caule, para que os mesmos multipliquem a tecnologia em seu município. Serão cerca de 100.000 mudas a serem distribuídas, cerca de 10.000 mudas para cada produtor. Esse papel de agente multiplicador da tecnologia é reforçada com dias de campo e workshop para que possam aprender a técnica e se capacitarem para produzirem suas próprias mudas com redução na incidência da doença.