Projeto do FortAC  desenvolve mudas de abacaxi da variedade Jupi livres da fusariose.

Pesquisadores do programa Fortalecimento da Agricultura Capixaba (FortAC), do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), estão desenvolvendo mudas de abacaxi da variedade Jupi livres de fusariose, uma doença fúngica que afeta significativamente a produção no município de Marataízes, principal região produtora da fruta no estado. A iniciativa visa revitalizar a cultura local, conhecida pelo sabor doce característico do abacaxi Jupi.

A fusariose tem sido um desafio constante para os produtores de abacaxi em Marataízes, comprometendo a produtividade e a qualidade dos frutos. Para enfrentar esse problema, o projeto liderado pelo professor Luiz Flávio Vianna Silveira, do Ifes campus de Alegre, utiliza a técnica de “seccionamento de caule”. Esse método consiste em selecionar plantas matrizes aparentemente sadias, remover todas as folhas, cortar o caule longitudinalmente e verificar visualmente a presença de sintomas da doença. As partes saudáveis são desinfetadas e colocadas em canteiros de areia até que novas brotações atinjam cerca de 2 cm, momento em que são transferidas para sacolas plásticas com substrato, onde permanecem até alcançarem 25 cm de altura, estando então prontas para o plantio no campo.

O objetivo principal do projeto é distribuir aproximadamente 100.000 mudas sadias a 10 produtores locais, fornecendo cerca de 10.000 mudas para cada um. Além da distribuição, o projeto inclui dias de campo e workshops para capacitar os agricultores na técnica de seccionamento de caule, permitindo que eles próprios produzam mudas saudáveis e reduzam a incidência da fusariose em suas lavouras.

Furiariose ameaça futuro da cultura da variedade Jupi no Espírito Santo

A fusariose é uma das principais doenças que afetam o abacaxizeiro no Brasil, causando perdas significativas na produção. A disseminação ocorre principalmente por meio de mudas contaminadas, ressaltando a importância da utilização de materiais de propagação livres da doença. A técnica de seccionamento de caule permite a identificação e eliminação de tecidos infectados, contribuindo para a produção de mudas livres da fusariose e a redução da disseminação da fusariose nas lavouras.

A variedade Jupi é tradicional na região e apreciada pelo seu sabor doce. No entanto, devido à alta incidência da doença, muitos produtores têm recorrido a mudas de outras variedades provenientes de outros estados, especialmente da Bahia, o que pode descaracterizar a produção local. A adoção da técnica de seccionamento de caule busca resgatar e fortalecer a produção do abacaxi Jupi em Marataízes, garantindo a sanidade das mudas e a sustentabilidade da cultura.

Com a implementação desse projeto, espera-se não apenas recuperar a produção do abacaxi Jupi em Marataízes, mas também servir de modelo para outras regiões enfrentando desafios semelhantes, promovendo práticas agrícolas mais sustentáveis e eficientes no combate a doenças que afetam culturas de importância econômica e social.

Fonte: FortAC